Nome: Maria Georgina Maia de Azevedo
Ano nascimento: 1944
Local do registo: Algés
Data do registo vídeo: 11-10-2021

Transcrição

"Acontece que meu pai, minha mãe, minha avó, meu tio, já eram pessoas envolvidas politicamente. Eu lembro-me que teria talvez quatro anos, mais coisa menos coisa, lembro-me de ter ido, por exemplo, à manifestação da candidatura do Norton de Matos e eu tinha para aí quatro anos, com uma tia minha, que era maravilhosa. Tudo lá em casa era... havia assim um clima de cuidado, de não haver demasiadas conversas. E segundo dizem, os meus familiares, eu era muito observadora. Eu sou visual. Portanto eu era um perigo para certo tipo de coisas. Por exemplo, só muito depois do 25 de abril é que soube que a Aida Magro e o Zé Magro viveram lá em casa um mês, clandestinamente, mas tiveram de sair porque eu olhava para tudo e contava.

O meu pai era um homem muito interessante, envolvia-se em muitas coisas, aliás foi preso com 20 anos por andar a pichar as paredes com os amigos. Portanto foi sempre um clima em que eu sentia que havia inimigos e que era preciso cuidar de tudo. (…) Eu era avisada para não dizer o que se passava lá em casa, havia assim muitos segredos, não é? É evidente que só mais tarde é que eu percebi muita coisa, mas é mesmo assim.

Eu fui crescendo com uma imagem - e isto é um aparte idiota, mas tem graça, porque é a minha imaginação infantil. À entrada do Porto, em Vila Nova de Gaia havia um homem que era um anúncio da Sandman, dos vinhos, que era um homem com um chapéu todo preto. Portanto as conversas que eu ouvia lá em casa de «Está em Caxias; está em Peniche» era aquele homem. Aquele era o Papão. Eu era pequenota: seis anos, sete anos.

Havia sempre muitos nomes de amigos dos meus pais, especialmente a Virgínia Moura e o Lobão Vital, que eram de facto grandes amigos, além de outras coisas. Mas sim, foi todo o ambiente familiar. Mais tarde vim a saber que a minha avó - que era uma mulher maravilhosa, de uma doçura espantosa - tinha ajudado a guerra em Espanha. Um dos meus tios, irmão da minha mãe, foi preso pela PIDE, esteve no Porto e foi bastante maltratado à chicotada também.

Nos anos 50 nós tivemos uma coisa terrível que foi, para nós, família, a minha mãe, que era funcionária dos CTT, e uma tia minha, trabalhavam ambas no centro dos correios, a minha mãe era telefonista. A minha mãe e a minha tia, por razões políticas, foram postas - a minha tia em Moura, foi para os correios de Moura e a minha mãe foi para os correios de Torres Novas. E aquilo foi complicado. Porque nós eramos pequenas, vivíamos numa conchinha ali todos juntos. E de repente, com uma irmã de três anos e comigo, a minha mãe vai para Torres Novas viver para um quarto. Não havia dinheiro para viajar todos os dias para o Porto. Foi ali complicado. Gerou-se também um movimento à volta dessas duas pessoas. Foram muitos jornalistas envolvidos a pedirem ao Salazar que revertesse essa medida, dado a brutalidade em termos familiares que aquilo significava. Houve ali um clima muito tenso, porque a minha mãe só ia ver-nos uma vez por mês e entrava a chorar e saia a gritar. Todo este clima, não é? Eu ficava muito aflita. Entretanto a minha irmã teve que ir viver para casa duma tia minha. Portanto, eu acho que está muita coisa envolvida.

Eu também era uma acérrima espectadora do cineclube do Porto, porque no Porto se desenvolviam várias coisas. O meu pai estava envolvido no cineclube do Porto, nos cineclubes do País. Eu acho que foi por aí.

Eu com 13 anos não estava ligada nem a associações nem a coisa nenhuma. Sei que fugi de casa porque tinha os «zunzuns» todos e fui para a baixa do Porto ver a entrada das camionetes que vinham apoiar o Américo Tomás na eleição, juntamente com o Delgado. Eu fui sozinha, meti-me num elétrico. E aquilo para mim foi um espetáculo espantoso. A baixa com um ar muito tenso, as chegadas das camionetes. Isto para as outras pessoas pode não ter importância nenhuma, mas para uma cidadã com 13 anos era um milagre - completamente um milagre!

Entre os meus 14 anos e os meus 18, 19 anos, que é quando eu venho para Lisboa, o que é que eu faço? Colagens, pichagens nas paredes, peço a pessoas bolos para socorrer os presos políticos. Tarefas - algumas engraçadas, outras sem muita graça.

Uma delas foi por exemplo - não me perguntem as datas - sei que a minha tarefa e a do meu parceiro social era subirmos ao último andar de um prédio que era um banco - já não me lembro se era Português do Atlântico, um banco assim pesado, onde eram imensos consultórios de médicos e advogados, aquilo era chiquíssimo, muito próximo do Rivoli - portanto era a Praça D. João. E então a nossa tarefa era levarmos uns embrulhos de papel atados de certa forma para os colocarmos no peitoril do último andar, para depois levarem um chuto e se espalharem pela praça toda. Essa é uma das imagens que eu tenho. Eu devia ter assim 17 anos.

Coisas sem ligação, nem organização. É evidente que nós tínhamos amigos que sabíamos que mais isto e mais aquilo… Essa distribuição panfletária tinha algum risco, porque nós tínhamos de subir o elevador, fazermos tudo o mais rápido possível e, pior ainda, é que no último andar era um bar de gente fina que ia lá depois de sair dos bancos e dos consultórios beber umas coisas. Eu, uma pindérica com 17 anos, meia trapalhona - como é que os empregados do bar [Risos] me iam aceitar, nós os dois, um pequeno, outro grande, como é que nos iam aceitar sem bebermos nada? Fomos para a varanda, pronto, e aí as coisas correram bem, mas tivemos que dispersar.

Ainda no Porto, já com 17 anos, fui convocada – nós, jovens do Porto, que nos juntávamos nuns cafés - fomos convocados para a sede da PIDE no Porto, mas foi uma convocação de horas. Tanto que eu, por exemplo, não disse nada em casa, que tinha sido convocada. Porque havia assim um jogo de espaços. Não queria afligir ninguém em casa, o meu pai já estava em Lisboa. Foi em [19]61, antes de vir para Lisboa. Aquela juventude que estava, não se pode dizer isto mas, no fundo a preparar o 62 - é um bocado isso.

Entretanto eu entro em Belas-Artes no Porto, mas peço a transferência para Lisboa, porque o meu pai veio em [19]61 para o Diário de Lisboa. Ele trabalhava no 1º de Janeiro e em [19]61 veio para Lisboa.

E, portanto, caí na escola de Belas-Artes. Aí sim, já havia mais organização. Cá está, as associações de estudantes também iam ao Porto, não é? É evidente que eu em [19]60 estive ligada também à República e ao Diário de Lisboa também através do Juvenil - que era uma coisinha que se publicava de 15 em 15 dias e o Mário Castrim era um homem que orientava as coisas. As coisas vão-se ramificando…

Quando venho para Lisboa já venho identificada - entre aspas - e, portanto, é mais em Lisboa que eu me ligo a uma organização, ao PCP. Para mim era normal, quer dizer, embora fosse uma coisa em que a responsabilidade tinha aumentado 400% e, portanto, havia muitos mais cuidados, regras a cumprir.

Não fui presa pelo PCP. Fui presa por desvios, por pertencer à FAP. Entretanto achei que a teoria não me satisfazia. Como sou uma pessoa um bocado ansiosa, isso tem que ver com fazer coisas, não é estar ali [a conversar]. Eu tenho que mexer, não pode ser… não tinha maturidade nem experiência para aguentar certos embates. E portanto, foi assim, eu sou presa pela FAP.

Desliguei-me do Partido e na FAP nós tínhamos uma missão que colapsou. A partir desse colapso - a bomba que era para ser posta num carro da polícia rebentou nas mãos da pessoa que a estava a fazer e eu percebi logo que a partir dali estava a coisa mal. Percebi as perseguições. Só que não tive nenhum contacto da organização. Eu bem queria saber o que se estava a passar.

Isto estava preparado para 5 de outubro, eu sou presa - e vários de nós - somos presos a 25 de novembro. Entre este tempo, a mim, não me passava pela cabeça sair do país, porque era uma complicação para os meus pais. Eu envolvia-os, não queria que eles sofressem por minha causa - só asneiras… Portanto fiquei, levei a minha vida normal, sempre à espera que alguém me dissesse alguma coisa. E fui presa nessas condições.

Como é que eu sou presa? Sou presa com um carro preto à frente de casa, a minha avó a atender às 7h da manhã dois PIDEs - o terceiro estava no carro. (…) Acordaram toda a gente, o meu pai, a minha mãe, a minha avó, a minha irmã… lembro-me que o meu pai estava tenso - e a minha mãe, claro, toda a gente. Tentei amenizar a coisa, porque eu tinha uma ligação ao meu pai. O meu pai trabalhava, mas em casa fazia traduções e eu lembro-me que ao fim, à meia-noite ele gostava muito das suas ceiazinhas, do ovo estrelado mais o cafezinho… E perguntei-lhe, quando ia a sair: «Então, estava bom o ovo?». Só me lembro de ele perguntar quem era o inspetor que estava a dirigir a investigação - entre aspas - que era o Mortágua, eles responderam que era o Mortágua.

O que é que me acontece? Nada. Quer dizer, saio de casa e sinto que estou a ser puxada para a boca do lobo. Lembro-me de ter ido no carro com os dois… Tive tempo até de entregar uma agenda à minha mãe e avisá-la: «Telefona para estes números». Felizmente eles não fizeram nenhuma revista, nada. Portanto eu saio de casa normalmente. Lembro-me que já estava pesada e lembro-me perfeitamente de entrar no carro - que era um carro normal, escuro - e lembro-me de percorrer a minha rua até à curva a olhar para casa e a sentir: «Vou entrar na boca do lobo. Estou sozinha». A rutura, o rasgar a concha é muito doloroso. Agora sou eu, só. Eu tinha 20 anos, era uma catraia. E foi isso, fui presa assim.

Entrei na PIDE, fui para a António Maria Cardoso, subi umas escadas tenebrosas, todas forradas a arame. Subi até o terceiro andar ou quarto, não sei, não pude contar.  Mas aquilo era de facto uma coisa escura. As escadas, que eram umas escadas mais ou menos senhoriais - se calhar isto já é a minha imaginação - mas aquilo era tudo forrado a arame. E fui enfiada numa sala, sem nada. Com uma mesa tosca e duas cadeiras. Uns interruptores na sala. E começou aí a festa. Começaram as visitas dos PIDEs e foi assim. A rutura entre a casa e a boca do lobo mau, é assim um murro no estômago terrível. É evidente que pessoas com mais politização, com mais maturidade tinham outra postura, é óbvio.

Devo dizer que há coisas que sofri que nem aos meus pais disse, portanto não vou dizer agora. Embora já tenha aberto umas portas. Eu entrei em mutismo, não abria a boca. Era visitada por vários inspetores, desde o Sacchetti, ao Tinoco, ao Pires. E as mulheres, que eram três especialmente, a Madalena, a Odete e outra que já não me lembro do nome.

O que é que me aconteceu? Eu fui sabendo coisas na própria PIDE. Eu não respondia. Fiz tortura do sono, claro. Os homens e as mulheres queriam muito que eu visse bichinhos no chão, eu não via. O que é que eu comecei a ver? Comecei a ter alucinações, comecei a andar com as mãos pelas paredes.

Tive a primeira sessão de sono. Não me lembro o que é que me aconteceu, caí redonda no meio do chão - devo ter caído, não tenho consciência disso. Depois no dia seguinte continuou a festa. Eu fiquei muito agitada porque alguém me tinha despido e alguém me tinha posto um pijama. [Pensei]: «O que é que aconteceu? Será que... tal? Será que homens, mulheres...?». Era assim uma luta um bocado…

É evidente passa-se os dias, portas abertas, entra um entra outro. Um é cínico, outro é tentar chantagens, outro é a dizer: «Ah, ah, ah!». Um marialva de terceira categoria. Eram boçais, alguns deles. Exceto os inspetores que se punham no seu papel. O Sacchetti tinha um cheiro horrível de doce, mulherengo, era assim um ar… aqueles cheiros que dá logo para fugir. Uma delas, que eu não sei o nome, que tomava conta de mim, fazia uma coisa que eu... era ela que passava o turno da noite e então batia em tudo quanto era sítio para eu não dormir. Mas chupava um palito e aquilo fez-me lembrar as pessoas que iam ao futebol e ainda iam com o palito do almoço.

Tive a segunda dose. A segunda dose de sono, de tortura de sono acho que me deve ter depauperado mais, porque eu fiquei de facto num estado...

Há aqui um espaço que é estranho de cinco dias, nas minhas contas, mais cinco dias - dá 10 dias - e eu só tenho visita ao 13º dia. Portanto, o que é que se passou aqui? Sei que fui acordada na última etapa pelo Barata, que era o médico, que para me acordar torceu-me toda, em partes específicas [no peito]. E eu estava completamente... Não percebia nada do que as pessoas diziam. Estava mal. Esse foi o último dia, em que foi utilizada uma chantagem em que eu realmente quebrei emocionalmente, foi utilizada a tal chantagem - um cartapácio que me põem à frente, que eu nem sequer consigo descodificar, porque estava em jogo a promessa da visita dos meus pais em Caxias.

Eu entro em Caxias um bocado, segundo o relato, desfigurada. Lembro-me de, a entrar para Caxias, haver uma fila de presos nos rés-de-chão, eu vou para cima, reconheci o Saldanha Sanches nessa altura. E vou para uma cela, que a imagem que tenho não é muito nítida. Sei que estavam várias presas e havia duas salas. Numa dormia-se com beliches. E na outra estava um armário onde havia também um balde onde se faziam as necessidades. E na outra sala havia uma janela com grades, claro. E havia pessoas que estavam à minha volta a tentar ajudar-me. E deram-me, de facto, comprimidos para eu dormir, fizeram barreira para as guardas não me incomodarem. E desgraçadamente, eu tenho imensa pena, não sei quem eram as pessoas. Perdi completamente... Não fui capaz de fixar os nomes, mas foram pessoas excecionais. Eu estive meia dúzia de dias em Caxias, por isso é que eu acho que isto é um bocado ridículo, quando vejo pessoas com 17 anos de prisão. E pronto, foi assim.

Saí pouco depois. Porque, o que é que aconteceu? Houve uma junta médica promovida pelo meu pai, que foi muito ajudado pelos camaradas jornalistas e não só - não posso esconder isso. E daí fui para o Hospital Miguel Bombarda. Entrei no Miguel Bombarda, houve hesitação se eu iria ou não para o Júlio de Matos, aliás, o Seabra Diniz estaria à minha espera, mas também não posso confirmar isto. Mas é a ideia que eu tenho. Só saí do Miguel Bombarda depois do julgamento, que foi em julho.

Se eu falar em prisão estou a falar em sete meses. Fui presa em novembro e saio em julho. Em Caxias eu deveria ter estado meia dúzia de dias, porque depois passei para o Miguel Bombarda, que era uma novidade no Miguel Bombarda. Mas correu bem. As pessoas aceitaram-me, correu tudo muito bem. A PIDE pagou um quarto razoável onde eu tinha tudo, podia receber visitas. Não quero mentir, não sei se foi um mês se foram dois com tratamento de insulina, com semi-comas para esbater tudo. A parte da manhã eu não estava visível porque fazia comas e depois, na parte da tarde sim, vinha a minha mãe, o meu pai, os meus amigos - conseguia ter visitas de amigos. Isto comparado com Caxias ou Peniche...

Eu hoje talvez já possa dizer… como é que se dizia nos jornais? Isto é uma caixa! Se fosse preciso eu tinha meios para fugir do hospital, isso estava preparado também. Eu saio em [19]65 e comecei a ter minha vida normal. Fui-me inscrever à escola de Belas-Artes. E, portanto, comecei aí outra fase política também [Risos].

Nós tínhamos aulas de desenho quase às escuras, só podíamos começar as aulas de desenho - suponha, era às oito da manhã, ainda estava escuro e nós tínhamos que estar à espera que ficasse claro. Não havia luz lá em baixo nas salas de pintura que era em São Francisco, não é? E não havia luz. Depois as coisas começaram a melhorar… e eu e vários começamo-nos a mexer no sentido de mexer também nos programas. O que despoletou um bocado isso foi porque nós assistimos a uma queimada de desenhos de antigos alunos - mas coisas maravilhosas! Uma coisa incrível, uma coisa que nos tocou imenso. E lá fomos para a porta do diretor. E os professores, coitados - nós chamávamos de mestres - todos eles muito encolhidos. Eu era um perigo, no meio daquela [gente]. Sentia um bocado isso, as pessoas afastavam-se, umas aproximavam-se. E nós começamos a fazer um programa nosso. Isso foi uma altura em que nós em Belas-artes nós andamos a espicaçar a direção e andavam todos ali a tremer.

Casei-me com um cidadão que sempre esteve ligado aos cineclubes universitários, também de Belas-Artes. Chega o 25 de abril e eu estou em casa, já tinha nascido o meu primeiro filho - já tinham nascido os dois! E a minha mãe telefona-me e diz-me: «Aconteceu isto». Eu fico eufórica, nessa altura já estava a trabalhar numa agência de publicidade, e diz-me: «Tudo para a rua!». [Respondi]: «Pois é mãe, tem de ser. Tudo para a rua!».

Saio para a rua e paro na agência onde trabalhava - e aquele pessoal parvo todo à janela! E eu disse: «Ó meninos! Venham-se embora! Fechem as portas, venham para a rua!». [Eles]: «Ah não, não sabemos o que pode acontecer». Pronto, eu vim para a rua. Olhe, foram dias de sobressalto. Eu desfazia-me em lágrimas. O Vila Verde Cabral era jornalista - não é o historiador, é o que morreu muito cedo - que era jornalista e trabalhava no jornal. Sei que quando nos encontramos os dois, desfizemo-nos.

Agora imagine, mesmo no dia 25 de abril, nas esquinas das ruas, na baixa, no Carmo, em frente à PIDE, seja onde for, cada paragem era um vale de lágrimas e sem palavras. Depois no 1º de maio foi uma coisa estrondosa. Foi muito vivida. O pós 25 de abril, eu trabalhei [muito], não dormia praticamente! Porque, entretanto, começaram a crescer as comissões de trabalhadores, as comissões de bairro… Eu liguei-me ao MDP [Movimento Democrático Português], estive ligada ao MDP. E não se dormia, aquilo era uma coisa sempre em festa. Papéis, papéis, cartazes, autocolantes, era preciso fazer tudo! Ia para a rua colar cartazes com os filhos com febre na mala do carro - eu e outros! Não quero tornar isto individual Não se pode fazer nada individualmente. E era uma animação, nem sei se almoçava, nem se jantava! [Risos] De facto estávamos muito empolgados. Muito empolgados".