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A Salvaguarda e o Futuro da Uvada em Torres Vedras
Em Torres Vedras, por iniciativa da Câmara Municipal, várias atividades têm sido promovidas de forma a valorizar e salvaguardar as tradições associadas à confeção da uvada. Nomeadamente, a divulgação do doce junto de produtores e a promoção de mostras e vendas. Iniciativas que têm resultado no desenvolvimento de várias marcas de uvada que chegam hoje ao mercado através de sistemas de produção inspirados na receita e procedimentos tradicionais.
Em prática e em agenda estão ainda ações como:
- a inventariação e pesquisa do processo da confeção da uvada, a sua origem histórica e recuperação do património oral desta tradição;
- a partilha de informação entre produtores de uvada, enólogos, chefes de cozinha e escolas com cursos de cozinha e pastelaria;
- a dinamização de workshops de confeção;
- a divulgação de estudos científicos sobre a uvada.
Em relação à investigação científica, destaca-se o trabalho iniciado em 1991 por Pedro Belchior e Ilda Caldeira sobre a recuperação da uvada, no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, em Dois Portos. Estes estudos estabeleceram “algumas características fisico-químicas, texturais e organolépticas da uvada” e “permitiram a optimização da formulação da uvada, bem como a avaliação da sua estabilidade microbiológica e a sua aceitabilidade junto do consumidor. Foi ainda avaliada a diversificação do doce com recurso à utilização de diferentes variedades de maçã e à utilização de mostos [de] diferentes castas.” (Belchior & Caldeira, 2007: 50).
Sobre os processos de transmissão do saber-fazer, nos últimos anos, devido ao aumento do interesse pela uvada, verifica-se, por um lado, a recuperação da prática em certos contextos familiares e sociais. Por outro lado, as escolas são incentivadas a desenvolver atividades que valorizem e promovam os conhecimentos tradicionais junto dos mais novos. Como exemplo do trabalho efetivo sobre a uvada destacam-se as ações desenvolvidas pela Escola 4G de Campelos.