Ao longo do tempo, a produção de coscoréis na Sertã não apresentou grandes variações, contudo para além do espaço doméstico, começou a ganhar espaço em mercados locais, especialmente em eventos como a Feira do Maranho, onde os coscoréis são vendidos ao lado de outras iguarias regionais. No entanto, transformar a produção de coscoréis num negócio sustentável não é uma tarefa fácil.

Andreia Marçal Nunes, que tentou profissionalizar a produção, encontrou dificuldades em competir com produtos industrializados, mais baratos e de produção massiva. A natureza artesanal dos coscoréis, que envolve horas de trabalho manual, resulta num preço final que muitos consumidores têm dificuldade em aceitar, especialmente num mercado muito competitivo. Para atrair as gerações mais jovens e manter a tradição viva, Andreia chegou mesmo a introduzir algumas inovações, como a confeção de coscoréis com chocolate, baunilha e canela.

Quem confeciona os coscoréis refere que o conhecimento necessário para fazer coscoréis, transmitido oralmente de geração em geração, está em risco de se perder, especialmente à medida que os jovens se afastam das práticas tradicionais. Destacam ainda a importância de iniciativas que promovam a transmissão deste saber, seja através do seu registo, inventariação e divulgação, seja através de workshops, feiras ou mesmo na incorporação da tradição no currículo escolar local. Consideram que preservar os coscoréis não é apenas preservar uma receita, mas também uma parte da herança cultural da Sertã.