O Cantar das Florinhas tem raízes no século XX, particularmente após as aparições de Nossa Senhora em Fátima, em 1917. A devoção mariana popularizou-se por todo o país, e o mês de maio passou a ser consagrado a Maria. Na Cumeada e na Sertã, essa devoção envolve as crianças da catequese que, em dias designados, cantam versos dedicados à Virgem e oferecem flores nos altares paroquiais.
Segundo testemunhos locais, esta prática remonta, no mínimo, a há 70–80 anos. Na Cumeada, era comum realizar-se diariamente, enquanto na Sertã a celebração se associou a momentos mais litúrgicos e solenes, como a procissão do 12 de maio. A tradição tem sido transmitida oralmente, e muitas das letras em uso hoje derivam de composições populares que foram adaptadas ou estabilizadas localmente.
A prática tem também valor pedagógico e espiritual: aproxima as crianças da fé de forma simples e simbólica, valoriza a oferta, o canto coletivo e a comunhão com a assembleia. Os versos falam de flores, perfumes, jardins, amor materno e confiança — numa linguagem cheia de simbolismo.