Com o passar do tempo e a modernização do modo de vida rural, muitas tradições caíram em desuso. No entanto, em Vale do Laço, o ritual de Maiar as Portas tem sido recuperado com entusiasmo graças ao esforço do Centro Social Recreativo e Cultural de Vale do Laço.
Nos últimos anos, o centro tem promovido a recolha de flores, a confeção de ramos e a sua distribuição pelas casas da aldeia, sobretudo às pessoas idosas ou com menor mobilidade. Como refere Anabela Pirão, o objetivo é “recordar as pessoas desta tradição” e apelar à sua preservação e reinterpretação pelas novas gerações.
A nova dinâmica da tradição reforça os laços intergeracionais. Os mais novos aprendem com os mais velhos e estes, por sua vez, revivem memórias queridas. Segundo Anabela Pirão, referindo-se às pessoas mais velhas, quando percorrem a aldeia para Maiar as Portas: “é muito engraçado o humor delas, a expressão delas… revivem o que faziam antigamente”.
O ramo é agora entregue simbolicamente, mas continua a ser uma marca identitária da aldeia. Muitos mantêm o ramo à porta todo o ano, acreditando que só deve cair por si — nunca ser retirado.