Os coscoréis são uma iguaria tradicional profundamente enraizada nas práticas culturais e sociais do concelho da Sertã. Este frito doce, cuja receita é passada de geração em geração, desempenha um papel central em diversas festividades e celebrações locais, como casamentos, batizados e festas religiosas. A história dos coscoréis remonta a uma época em que a economia rural dependia fortemente da agricultura e da produção comunitária de alimentos.

A receita dos coscoréis é simples nos ingredientes, mas exige habilidade e paciência para alcançar o resultado desejado. A habilidade de "ter mão" para a massa é frequentemente mencionada pelos mais velhos como um dom que se adquire com o tempo e que pode ser transmitido de geração em geração.

Ao longo do tempo, a produção de coscoréis na Sertã não apresentou grandes variações, contudo para além do espaço doméstico, começou a ganhar espaço em mercados locais, especialmente em eventos como a Feira do Maranho, onde os coscoréis são vendidos ao lado de outras iguarias regionais. No entanto, transformar a produção de coscoréis num negócio sustentável não é uma tarefa fácil.


 

Tradicionalmente, a preparação dos coscoréis envolvia a colaboração de várias pessoas, geralmente mulheres, que se reuniam para amassar, esticar e fritar os doces. Este processo não era apenas um trabalho, mas uma oportunidade de socialização, onde histórias e conhecimentos eram compartilhados.

Durante os casamentos e festas da aldeia, os coscoréis eram feitos em grandes quantidades. Nos casamentos, eram servidos com ramos de laranjeira, um símbolo de fertilidade e prosperidade. Além disso, eram oferecidos aos vizinhos como forma de agradecimento pelo auxílio na organização da festa, reforçando o senso de comunidade e partilha.