As Brincas são uma forma de teatro tradicional que sobrevive em comunidades rurais de Évora que as têm como marca identitária. Diferenciam-se de outras práticas teatrais tradicionais pela renovação e criação de textos dramatúrgicos. Anualmente cada grupo decide se representa um texto que já está na sua posse (e que já foi representado no passado do grupo) ou se encomenda uma nova peça a um dramaturgo local. Estes textos respeitam uma estrutura que é ditada pelos momentos ritualizados do espetáculo (comuns a todas as representações de todos os grupos) e uma forma (são escritos em décimas) mas gozam de inteira liberdade criativa no tema e no tratamento do mesmo.
É esta vivência comunitária, em Portugal, de teatro tradicional com dramaturgia própria e em renovação que queremos divulgar através desta edição digital das Brincas.
O vídeo é essencial nesta edição para demonstrar a ritualização desta prática que vai da entoação ao uso do espaço cénico passando pela relação com o público e com os representantes comunitários locais.
As práticas teatrais tradicionais despertam o interesse da comunidade criativa que ao longo das ultimas décadas as tem estudado e reutilizado nas artes cénicas e performativas, tal como nas práticas educativas em diversas vertentes e contextos.
No âmbito do projeto MEMORIAMEDIA estamos a dedicar recursos humanos e técnicos à pesquisa e inventariação de práticas performativas comunitárias em Portugal. Das entrevistas e gravações efetuadas a praticantes e detentores destas artes ressalta o envolvimento social transversal, a reafirmação de fatores identitários da comunidade, a noção de participar em algo maior e mais antigo, algo que não pode morrer e que deve ser passado à geração seguinte. Esta profunda integração social de manifestações teatrais é uma das poucas explicações para a resiliência e momentos de esplendor do teatro (todo o teatro) ao longo dos séculos.

A Brinca, apesar de executada no entrudo, o tempo da subversão, segue uma estrutura complexa, já rara de encontrar noutras manifestações performativas tradicionais.
Os momentos da Brinca estabelecem um relacionamento comunitário claro que respeita a comunidade visitada e que só inicia a subversão após a autorização do representante comunitário local.

Entrada
O Mestre conduz o agrupamento em marcha a duas filas na apresentação à comunidade. Após a música de abertura. Rui Arimateía refere que é "de salientar a importância do Bombo no anúncio da saída das Brincas pelo Carnaval. Nas noites silenciosas dos lugares dos anos 50, as pessoas conseguiam escutar as pancadas nos enormes Bombos utilizados pelos foliões a uma distância considerável, inclusive identificando o local onde estavam a ser executadas: no Degebe, nas Espadas, em Vale Côvo, na Garraia, nos Canaviais... todos topónimos de Quintas de características rurais à volta da cidade de Évora, onde a tradição das Brincas se manteve até aos nossos dias." (2015: 8)


Décima de autorização
O Mestre faz o pedido de atuação dirigido ao representante da comunidade ("Dono do Lugar" ou "Dono da Rua") que está posicionado em lugar destacado no espaço de atuação.


Contradança
Dada a autorização começa uma contradança que termina com a colocação dos participantes em círculo fechado, ocupando as posições que cada personagem tem durante o desenvolvimento do espetáculo.


Prólogo
O mestre inicia o prólogo que resume a proposta dramática e apresenta os personagens.


Função
A peça desenrola-se mantendo o círculo. Os atores deslocam-se dentro do círculo de acordo com as suas intervenções e retomam o seu lugar quando terminam. Os Faz-tudo pontuam o espetáculo com intervenções quase contínuas que retiram o dramatismo às situações criadas.


Entremez
Finalizada a peça, o fundamento, o Mestre faz um apelo à doação . Segue-se o entremez dos Faz-tudo enquanto se recolhem as moedas atiradas para o círculo pelos espectadores.
A finalizar o entremez o grupo executa uma coreografia com música com evolução da formação até formar o círculo.


Décima à bandeira
O porta-bandeira posiciona-se no centro da roda e segue-se o momento da "Décima à Bandeira" em que cada ator avança e numa décima resume o seu personagem terminando sempre com o nome do grupo/fundamento.


Décima de despedida
O Mestre despede-se do representante da comunidade com uma décima em que refere o empenho do grupo no fundamento.


Contradança
Segue-se a última contradança. O grupo retira-se continuando a tocar e exclama em uníssono: "Até pró Ano".

 

Fundamento é o texto dramático, escrito em décimas, que é representado durante as Brincas. O tema de cada fundamento é livre.
Partilha o imaginário e a vocação da oralidade com as narrativas do Cordel. Os temas conhecidos estendem-se desde a inspiração bíblica à história de Portugal, dos casos aos contos tradicionais. De notar que a estória a contar em cada fundamento ocupa cerca de metade do texto. O restante (sempre em décimas) é reservado para os diversos momentos do ritual das Brincas. Podem conter indicações de cena, à semelhança de muitos textos teatrais.
Carmem Vizinha, autora de fundamentos, define (2016):
"O fundamento consiste, desde o primeiro minuto em que o Mestre se desloca ao local e pede a autorização, desde a décima de apresentação e cumprimento até à décima final de despedida. Todas as décimas dos palhaços, as décimas da bandeira, … a letra da musica, tudo isso faz parte de um só fundamento e é completamente diferente de fundamento para fundamento. Todos eles têm uma forma diferente de apresentar… o grupo... os palhaços, independentemente de serem os mesmos, todos os anos têm uma décima diferente, e a bandeira todos os anos tem uma décima diferente, consoante os elementos, e a música também. "
Cada coletivo de Brincas seleciona um fundamento para representar, o que pode envolver a encomenda do texto ou a seleção a partir do espólio de cada coletivo. Escolhido o fundamento o grupo assume o título como seu nome de grupo para o entrudo e borda-o na bandeira.

Alguns fundamentos de Raimundo José Lopes, coligidos por Luís de Matos:

O Geraldo Sem-Pavor - Baixar PDF 

Raínha Santa Isabel - Baixar PDF 

O Estandarte - Baixar PDF 

 Prefácio de Isabel Bezelga, notas do colector Luís de Matos sobre a publicação destes três fundamentos e biografia de Raimundo José Lopes - Baixar PDF 

Espaço ao ar livre, preferencialmente, em que os atores estabelecem um círculo interno e todos se veem.
O público distribui-se no exterior deste círculo. Cada personagem tem um lugar pré-definido que mantém durante a peça. As interações entre personagens fazem-se por deslocação dos atores que, quando terminam a sua intervenção voltam ao lugar inicial.
Este círculo interior resulta eficaz na delimitação da área reservada à ação cénica por oposição ao público.
Segundo Rui Arimateia:
"Os Grupos de Brincas actuam preferencialmente nos bairros periféricos à cidade de Évora, nas quintas ou nas aldeias, o espaço cénico tradicional para a representação das Brincas é, por excelência, a rua ou o largo ou em casão agrícola cedido para o efeito. Era normalmente junto a uma 'venda' para que o dono da mesma, transformado em 'dono do lugar' no final facultasse uma bebida e ou um petisco aos elementos da Brinca." (2015: 8)
"(…) a dramatização, inicia-se depois de todos os elementos da brinca se colocarem em círculo, exceto os palhaços, que não possuem lugar fixo. Os personagens só saem do seu lugar do círculo aquando da sua deixa, dirigindo-se então em direção aos seus interlocutores. (...) As diferentes coreografias geometrizam o espaço com círculos, quadrados, sinos-saimão, estrelas, meias-luas, etc, desenhos estes conotados com certos elementos tradicionais de cariz eventualmente mágico e propiciatório. A geometrização é principalmente elaborada durante as contradanças, sua formação e desformação."(id. ibidem: 9)

 

 Distribuição dos personagens no fundamento "Geraldo Sem-Pavor" de Raimundo José Lopes. Transposição a partir do manuscrito por Luís de Matos (2015) em "Os Fundamentos das brincas de Évora" 

Mestre de cerimónias, ensaiador e coreógrafo da Brinca. O Mestre assume o cargo quando o antigo Mestre o convida para substitui-lo. Na maioria dos casos conhecidos o antigo mestre orienta o novo mestre durante algum tempo.
Mauro, mestre de Brincas descreve a sua função (2016):
"Ser Mestre é um fardo muito grande porque o mestre é que comanda o grupo todo. Tem como principais objetivos(…) apresentar a história que vai ser realizada; criticar o que está mal e saber reconhecer quando as coisas estão bem; emendar os erros das pessoas; (…) é quem vai pedir autorização para atuar naquela rua específica. Às vezes, quando tentamos dar críticas construtivas podem levar a mal. É a segunda vez que estou a ser Mestre das Brincas e por acaso estou a gostar. Agradeço a confiança que estão a depositar em mim e logo se vê o que vai acontecer este ano"
Segundo Rui Arimateia:
"É, regra geral, o ensaiador. A sua função é mandar a música, orientar a brinca, explicar, apresentar e agradecer ao dono do lugar durante a estadia e representação do seu grupo nesse local. É o que responde ao despique em décimas, com outro mestre, se outra brinca se cruzar com a dele, se não chegarem a bom termo as necessárias negociações para esclarecer e definir de qual brinca atuará em primeiro lugar em dado local.
Possui gestos estereotipados que marcam o ritmo da música, através de movimentos mais os menos bruscos, mas ritmados e cadenciados, das mãos, segurando por vezes fitas coloridas.
Ao som de um apito, manda executar as várias marcações das contradanças e das outras movimentações coreográficas" (Arimateia, 2009:9).

Voluntários do grupo a quem é distribuído um personagem do fundamento. Decoram as suas falas em décimas.
As técnicas de ator estão ausentes desta performance num traço comum com outras práticas teatrais tradicionais. São dirigidos pelo mestre, sobretudo no que diz respeito à dicção das décimas.
Cada grupo desenvolve o seu modo de cante do texto com entoações e musicalidade distintas, sendo esta uma das marcas identitárias das Brincas.
As movimentações cénicas dos atores são geralmente marcadas no fundamento e interpretadas pelo Mestre.
O registo geral da performance não é rígido, deixando ao ator a gestão do tempo e da atitude. Tratando-se de um registo carnavalesco, é grande a permeabilidade da atitude do ator a todas as ações externas ao seu desempenho (as interferências dos palhaços e do público).
Os atores são em simultâneo os músicos do grupo.
Segundo Rui Arimateia:
"As Brincas eram tradicionalmente constituídas somente por homens, travestindo-se se necessário para o desenrolar do fundamento, numa média de quinze a vinte elementos: um mestre, dois ou três palhaços (os faz-tudo), músicos, onde a bateria (bombo, caixa, pandeiretas, pratos e ferrinhos) e a concertina têm um papel fundamental, um porta-estandarte e os restantes figurantes para a execução/representação dos diferentes papéis do fundamento.
De facto trata-se de uma forma muito rica e complexa de Cultura Popular, com as manifestações artísticas dos seus componentes: poetas, músicos, encenadores, coreógrafos, artistas plásticos de cariz marcadamente popular, criando ou re-criando eles próprios os versos do fundamento e as músicas executadas.
Os instrumentos tradicionalmente utilizados pelas brincas são o bombo, a caixa, o acordeão e a concertina, a pandeireta, os pratos, a guitarra, a sarronca, os ferrinhos, o cântaro, os reque-reques e as castanholas, variando de grupo para grupo, consoante os meios humanos que cada mestre consegue mobilizar para a sua brinca.
Refira-se aqui o papel de grande importância que desempenharam as Associações com vocações artísticas e musicais, como era o caso dos Amadores de Música Eborense e da Sociedade Recreativa e Dramática Eborense, que forneciam aos músicos populares participantes nas Brincas, mediante o pagamento de pequena taxa de aluguer, instrumentos musicais diversos." (2015: 7)

" 'A alma da brinca, para quem a representa, é o fundamento; e para quem a presencia são os palhaços', segundo depoimento de um Mestre de Brinca.
É o Faz-Tudo. Serve de ponto, serve igualmente para tapar os enganos dos companheiros. A sua fala é de improviso.
Tem uma função essencialmente desorganizadora e anomista na ordem dramática decorrente durante a representação. É um provocador de situações absurdas, irracionais, cómicas...
É, por outro lado, o elemento dinâmico que intervém ao longo de todo o tempo da representação. É o grande elo de ligação entre o círculo onde decorre aquela representação e o próprio povo que assiste e que, subitamente, se encontra envolvido no processo dramático, é obrigado a isso pelas brincadeiras dos palhaços, transferindo para o referido espaço cénico os seus sentimentos mais profundos e as suas reacções mais primárias, mais espontâneas.
Inserido e simultaneamente elemento exógeno de toda a dramaturgia, o palhaço intervém para quebrar as tensões e as próprias mensagens veiculadas pelos personagens ao longo da narração e, especialmente, nos momentos críticos de grande tragédia vivencial.
'Os palhaços fazem tudo ao contrário e quanto mais ao contrário mais graça têm.'
O palhaço é o elemento, digamos assim, que retira o eventual excesso de densidade dramática da acção, conferindo-lhe uma frescura e um à vontade frequentemente excessivo, por vezes obsceno para a moralidade e o sistema de regras em vigor, o senso comum, mas, é Carnaval."(Arimateia, 2009:8-9).

"Na generalidade das Brincas, assiste-se a um verdadeiro ecletismo no uso de figurinos e adereços que, em certa medida, ignoram completamente a tradicional unidade de espaço e tempo. Nos figurinos, encontramos o Figurino tradicional, o figurino adaptado à personagem do Fundamento e os Figurinos dos Faz-Tudo.
(…)
O aluguer de fatos era uma prática comum, até porque não dispunham de um guarda-roupa que lhes permitisse fazer face à uniformização pretendida. O fato seria o do casamento o que, dada a faixa etária relativamente jovem que tradicionalmente compunha os grupos de Brincas, para muitos ainda não teria acontecido: 'Para os fatos íamos ali à Rua de Machede, havia lá uma loja onde íamos alugar os fatos. Agora não, agora já se fazem os fatos (…) mas antigamente não, a gente alugava sempre os fatos.
Havia uma pessoa, que agora até já deve ter falecido, também na Rua dos Mercadores, que também alugava. Tanto para o Mestre como para as outras personagens' 'ILMB'. Na sequência da realização dos Carnavais de Évora, foi muitas vezes o CENDREV quem emprestou apontamentos do seu guarda-roupa aos performers das Brincas.
Atualmente, assiste-se a uma maior facilidade de aquisição das roupas e adereços, devido a uma significativa melhoria das condições socioeconómicas.
Os fatos tradicionais usados nas Brincas têm por base um casaco, calça e chapéu escuros e camisa branca. No entanto, o que lhes transmite as características de "figurino tradicional de Brincas" é a colocação de fitas e flores e o enfeite dos chapéus.
(…)
A confeção doméstica é um aspecto importante no envolvimento de todos os que participam na performance. As redes familiares e de vizinhança facilmente se ativavam nesta ocasião até porque não põe em causa o segredo do tema/fundamento. As flores, maioritariamente continuam a ser feitas de papel, na linha de uma tradição presente ainda no Alentejo" (Bezelga, 2012: 340-345).

"Relativamente aos adereços podemos considerar três tipos:
(...)Os adereços que têm uma carga simbólica específica no Grupo, como, por exemplo, o ponteiro e o apito do Mestre, o Mastro com a bandeira ou estandarte do Grupo (decorados com fitas) e ainda o "apoio" dos Faz-tudo; (...)os adereços de cena: os volumosos suportes cenográficos ou os poucos e pequenos objetos que estão diretamente relacionados com o enredo dramático;(...) os mil e um objetos dos Faz-Tudo que, dentro de várias malas, vão sendo acumulados no decorrer das várias apresentações da performance e que invadem toda a roda em momentos ritualizados do jogo dos Faz-Tudo." (id. ibidem: 346)

 

As bandeiras atuam como cartaz do Bairro de origem e anunciam o nome do fundamento. Os grupos deslocam-se a diversas localidades com as respetivas Brincas e era comum o encontro de duas ou mais trupes numa aldeia. As bandeiras funcionam como elemento agregador das trupes nestas ocasiões.
Durante a parte final do fundamento a bandeira desloca-se para o centro do espaço cénico para ser homenageada pelo grupo que lhe dedica uma décima e uma canção.
"A brinca reúne-se por vezes em redor de uma bandeira, mastro ou estandarte, por vezes ostentando a bandeira nacional e o nome da brinca, enfeitado artisticamente com armações diversas, papéis coloridos, fitas de seda, etc., dependendo a decoração… do gosto e das possibilidades dos elementos constituintes do grupo. A bandeira é um fator de coesão do grupo e emblema da Brinca, eixo-força do círculo da dramatização do fundamento" (Arimateia, 2009: 10).
Isabel Bezelga refere "A dualidade presente na bandeira, elemento identitário do Grupo, em que de um lado se encontra a inscrição do nome do Fundamento e, do outro lado, o nome do Bairro a que pertencem. Esta dupla aparição - vínculo pontual versus sentido simbólico de continuidade - reforça a necessidade de um olhar mais atento para as características destes grupos."(2012: 220)

Coligido por Rui Arimateia

NOME DA BRINCA    

ANO

3.ª FEIRA CARNAVAL

FUNDAMENTO

AUTORIA

MESTRE

 

1922

28 de Fevereiro

Os Meses do Ano

Marcelino José Bravo

 

 

1923

13 de Fevereiro

As cinco partes do mundo

Jesuíno dos Santos Carrageta

 

Canaviais

1926

16 de Fevereiro

Todos os ofícios

Felisberto José Bonito

Felisberto José Bonito

 

1933

28 de Fevereiro

As Fontes de Évora

 

 

B.º de Almeirim

1946

5 de Março

O Bocage

Raimundo José Lopes

Raimundo José Lopes

Canaviais   

1947

18 de Fevereiro

   

 Florindo Estorrado

Canaviais

1949

1 de Março

O menino da mata e o seu cão Piloto Raimundo Lopes ou Joaquim Palheta

Custódio Cadete

Monte da Pereira

1950

21 de Fevereiro

As Quatro Estações do Ano

Linhol

Linhol

B.º de Almeirim

1950

21 de Fevereiro

Os Bebedolas

Raimundo José Lopes

Raimundo José Lopes

Canaviais

1950

21 de Fevereiro

Carlos Magno

Joaquim Palheta

Joaquim Domingos "Virtuoso"

Canaviais

1950

21 de Fevereiro

A Imperatriz Porcina

Raimundo José Lopes (?)

Júlio Neves

Canaviais

1951

6 de Fevereiro

Amor de Perdição

Joaquim Palheta

António Luís Abreu

Peramanca

1953

17 de Fevereiro

Fidalguinhas

 

Arménio de Jesus dos Santos

Santo Antonico

1954

9 de Março

 

 

Manuel Rolo

Canaviais

1955

22 de Fevereiro

A escravidão da mulher

Joaquim Palheta

Francisco Pardal Vicente

Canaviais

1955

22 de Fevereiro

   

Joaquim Gaiolas

Canaviais

1955

22 de Fevereiro

   

Manuel Candeias

Canaviais

1956

14 de Fevereiro

Os trabalhadores rurais

 

Manuel Candeias

B.º de Almeirim

1957

5 de Março

A Fugitiva

Raimundo José Lopes

Raimundo José Lopes

N.ª Sr.ª de Machede

1958

18 de Fevereiro

As Quatro Estações

José Caetano

José Caetano

N.ª Sr.ª de Machede

1959

10 de Fevereiro

O Namoro (fitas)

Bernardino Piteira

Bernardino Piteira

Santo Antonico

1960

1 de Março

 

 

Manuel Grenho

N.ª Sr.ª de Machede

1960

1 de Março

 

Bernardino Piteira

Bernardino Piteira

N.ª Sr.ª de Machede

1961

14 de Fevereiro

 

Marcolino José Mestre

Marcolino José Mestre

Louredo

1963

26 de Fevereiro

Reis Rivais

 

José Luís Soldado

Louredo

1965

2 de Março

 

 

 

São Bento

1965

2 de Março

O Pedreiro

Chaveiro

João Bravo "Gato"

Louredo

1966

22 de Fevereiro

O Corsário Dragão

 Raimundo José Lopes

Manuel Elisiário Nobre Barradas

Louredo

1968

27 de Fevereiro

Rainha Santa Isabel

 Raimundo José Lopes

Manuel Elisiário Nobre Barradas

Louredo

1969

18 de Fevereiro

 

 

António Joaquim Mira Soldado

Louredo

1970

10 de Fevereiro

 

 

José Luís Nobre

Louredo

1971

23 de Fevereiro

 

 

José Luís Nobre

Louredo

1972

15 de Fevereiro

 

 

José Luís Nobre

Louredo

1973

6 de Março

 

 

José Luís Nobre

Canaviais

1974

26 de Fevereiro

O Lavrador

 Raimundo José Lopes

Adelino Balixa Ourives

Canaviais

1975

11 de Fevereiro

O Desertor

 

Adelino Balixa Ourives

Canaviais

1976

2 de Março

A Embarcação

 

Adelino Balixa Ourives

Canaviais

1976

2 de Março

João Soldado

 Raimundo José Lopes

Adelino Balixa Ourives

Louredo

1977

22 de Fevereiro

O Corsário Dragão

 Raimundo José Lopes

Manuel Nobre

Louredo

1978

7 de Fevereiro

Rainha Santa Isabel

 Raimundo José Lopes

Manuel Nobre

 Degebe

1979

27 de Fevereiro

 A Namoradeira

 Raimundo José Lopes

Luís Manuel Ourives Fezes

 

1980

19 de Fevereiro

 

 

 

N.ª Sr.ª da Tourega

1982

23 de Fevereiro

A Gargalhada

 

Alexandre Joaquim Eduardo

B.º do Bacelo

1982

23 de Fevereiro

O Estandarte

 Raimundo José Lopes

Francisco Malarranha

Degebe

1982

23 de Fevereiro

João Soldado

 Raimundo José Lopes

Luís Manuel Ourives Fezes

Canaviais

1982

23 de Fevereiro

As Encantadas

 Raimundo José Lopes

Adelino Balixa Ourives

B.º Santo António

1982

23 de Fevereiro

Rainha Santa Isabel

 Raimundo José Lopes

Angelina Santos

N.ª Sr.ª da Tourega

1983

15 de Fevereiro

 

 

Alexandre Joaquim Eduardo

Canaviais

1983

15 de Fevereiro

O Estandarte

 Raimundo José Lopes

Adelino Balixa Ourives

Degebe

1983

15 de Fevereiro

O Desertor

 Raimundo José Lopes

Raimundo José Lopes

B.º Bacelo

1983

15 de Fevereiro

As Encantadas

 Raimundo José Lopes

Francisco Malarranha

B.º Santo António

1983

15 de Fevereiro

O Lavrador

 Raimundo José Lopes

Claudino Pãozinho

Canaviais

1984

6 de Março

O Estandarte

Raimundo José Lopes

 

Degebe

1984

6 de Março

O grupo sagrado

Raimundo José Lopes

Luís Manuel Ourives Fezes

Canaviais

1985

19 de Fevereiro

As Encantadas

Raimundo José Lopes

 Joaquim Ferrão

 Degebe

1986

11 de Fevereiro

 O Lavrador

 Raimundo José Lopes

Luís Manuel Ourives Fezes

 

1987

3 de Março

 

 

 

 

1987

3 de Março

 

 

 

 

1987

3 de Março

 

 

 

 

1987

3 de Março

 

 

 

 

1988

16 de Fevereiro

 

 

 

B.º de Almeirim

1989

7 de Fevereiro

O Pedro Cem

Raimundo José Lopes

 

B.º das Espadas

1989

7 de Fevereiro

Giraldo Sem Pavor

Raimundo José Lopes

José Carlos Saloio

B.º de Santo António

1989

7 de Fevereiro

Cóboiada

Raimundo José Lopes

 

Peramanca

1990

27 de Fevereiro

 

 

 

 

1991

12 de Fevereiro

 

 

 

 

1992

3 de Março

 

 

 

Canaviais

1993

23 de Fevereiro

O Estandarte

Raimundo José Lopes

Joaquim Ferrão

 

1994

15 de Fevereiro

 

 

 

 

1995

28 de Fevereiro

 

 

 

 

1996

20 de Fevereiro

 

 

 

 

1997

11 de Fevereiro

 

 

 

 

1998

24 de Fevereiro

 

 

 

N.ª Sr.ª de Machede

1999

16 de Fevereiro

O Príncipe Malfadado

RaimundoJosé Lopes

Luís Matias

N.ª Sr.ª de Machede

2000

7 de Março

O Grupo Real

Raimundo José Lopes

Luís Matias

B.º de Almeirim

2000

7 de Março

João de Calais

Raimundo José Lopes

Rui Soldado

Canaviais

2000

07-mar

Pierre, Jovem Francês

Raimundo José Lopes

Luis Matias

Canaviais

2001

27 de Fevereiro

A Quinta Assaltada

Raimundo José Lopes

Luís Matias

B.º de Almeirim

2001

27 de Fevereiro

Giraldo Sem Pavor

Raimundo José Lopes

Rui Soldado

Canaviais

2002

12 de Fevereiro

A Princesa Helena

Raimundo José Lopes

Luís Matias

B.º de Almeirim

2002

12 de Fevereiro

O Estandarte

Raimundo José Lopes

Rui Soldado

Graça do Divor

2003

4 de Março

O Lavrador

Raimundo José Lopes

Susana Mourão

B.º de Almeirim

2003

4 de Março

A Namoradeira

Raimundo José Lopes

Rui Soldado

Canaviais

2003

4 de Março

D. Pedro I

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Canaviais

2004

24 de Fevereiro

As Fidalguinhas

Raimundo José Lopes

Luís Matias

B.º de Almeirim

2004

24 de Fevereiro

O Grupo Sagrado

Raimundo José Lopes

Rui Soldado

Canaviais

2005

8 de Fevereiro

O Estandarte

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Graça do Divôr

2005

8 de Fevereiro

As Encantadas

Raimundo José Lopes

Susana Mourão

Canaviais

2006

28 de Fevereiro

O Corsário Dragão

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Graça do Divor

2006

28 de Fevereiro

O Corsário Dragão

Raimundo José Lopes

Susana Mourão

Canaviais

2007

20 de Fevereiro

Giraldo Sem Pavor

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Canaviais

2008

5 de Fevereiro

Rainha Santa Isabel

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Canaviais

2009

24 de Fevereiro

O Lavrador

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Canaviais

2010

16 de Fevereiro

O Grupo Real

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Rancho Flor Alto Alentejo

2010

16 de Fevereiro

A Fugitiva

Raimundo José Lopes

Rui Soldado

Canaviais

2011

8 de Março

A Quinta Assaltada

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Rancho Flor Alto Alentejo

2011

8 de Março

As Encantadas

Raimundo José Lopes

José Mocho

Rancho Flor Alto Alentejo

2012

21 de Fevereiro

Pimpinela a Namoradeira

Raimundo José Lopes

José Mocho

Canaviais

2012

21 de Fevereiro

O Estandarte

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Canaviais

2013

12 de Fevereiro

As Encantadas

Raimundo José Lopes

Luís Matias

Rancho Flor Alto Alentejo

2013

12 de Fevereiro

A Picadura

Carmen Vizinha

Mauro Fernandes

Rancho Flor Alto Alentejo

2014

4 de Março

Os Enganados

Carmen Vizinha

José Mocho

Canaviais

2015

17 de Fevereiro

D. Pedro I

Raimundo José Lopes

Tiago Matias

Canaviais

2016

9 de Fevereiro

A Princesa Helena

Raimundo José Lopes

Tiago Matias

Rancho Flor Alto Alentejo

2016

9 de Fevereiro

Bela - A Bondosa

Carmen Vizinha

Mauro Fernandes

 Rancho Flor Alto Alentejo

 2017

 28 de Fevereiro

 Os emborcados

 Carmen Vizinha

 Pedro Cardoso

Canaviais

2017

28 de Fevereiro

O Capuchinho

Carmen Vizinha

Carolina Raposo

           

 

 

ABELHO, Azinhal (1973).Teatro Popular Português – Ao Sul do Tejo, 6.º Volume, Braga, Editora Pax [pp. 73-86].


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PARTICIPANTES
Grupo de Brincas dos Canaviais
Grupo de Brincas do Rancho Folclórico
"Flor do Alto Alentejo"

ENTREVISTADOS
Brincas do bairro das Espadas / Barraca de Pau
João Miguel Palhetinha

Brincas do bairro de Almeirim
Rui Soldado

Brincas do bairro dos Canaviais
Adelino Ourives
Luís Matias
Tiago Matias
Ana Pedrosa

Brincas do Rancho "Flor do Alto Alentejo"
João Salvador
Cármen Vizinha
Mauro Fernandes

 

AUTORIA
José Barbieri

COORDENAÇÃO
Rui Arimateia
José Barbieri

VÍDEO
Eva Ângelo
Diogo Carvalho
José Barbieri
Maria Ana Krupenski
Miguel Martinho

MONTAGEM VÍDEO
Rafael Del Rio

FOTOGRAFIA

Memoria Imaterial CRL
As fotografias de arquivo cedidas pelo
Centro de Recursos do PCI da CM Évora

 

CONSULTORIA

IELT / FCSH-NOVA

 

Os vídeos de arquivo são cedidos pelo Centro de Recursos da Tradição Oral e do Património Imaterial / DCP.

 

PRODUÇÃO
Memória Imaterial CRL


FINANCIAMENTO

DGARTES - Direção Geral das Artes

IELT - Instituto de Estudos de Literatura e Tradição - patrimónios, artes e culturas da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
O IELT é financiado por Fundos Nacionais através da FCT - Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do projecto UID/ELT/00657/2013

Memoria Imaterial CRL

Câmara Municipal de Évora

 

Licença Creative Commons


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